quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Uma dose de libido melancolica sem gelo



Em meio as várias doses que meu salário foi capaz de produzir eu me deparo no intervalo dos shows com uma banquinha vendendo cds de algumas bandas independentes e vejo o ep do Violet banda que já havia visto ao vivo numa apresentação morna mas com alguns pontos altos e que foi claramente prejudicada pelo som. Algumas pessoas não tem a noção do quanto um equipamento bom e e bem regulado é capaz de fazer numa banda e consciente disso resolvo dar uma segunda chance a banda e desenbolso 5 reais e adquiro o disquinho. Acordo da farra e coloco o cd pra rolar e sou surpreendido por uma batidinha simples e um chiado ao fundo que me lembra um velho vinil o que se encaixa perfeitamente com o clima intimista,envolvente e decadente que se segue quando o baixo puxa o vocal e a guitarra que vão tecendo a música num sútil confronto. A letra junto ao instrumental parecem ser a trilha de um fim de festa cinico e cheio de excessos. O solo doentio evolui na música como um torto caminho de volta pra casa onde o bêbado entre tombos consegue finalmente achar a porta de casa. "Língua nod dentes" abre o disco e é viciante, chega aos ouvidos como uma das frases da música "o carrasco não pede licença pra me torturar" e faz isso com a libido em alta, chegando a um desfecho impiedoso com guitarra e bateria agonizando juntas.

"Glitter" começa no contraste de guitarras suja e vocal suave e cai numa melancolia desolada e baixo e bateria voltam mais intensos quando as guitarras retornam a sujeira inicial. Já podemos destacar a criatividade dos guitarristas Daniel
e Leo em aditivar o clima claustrofobico das músicas enquanto Antônio faz suas linhas de baixo densas mostrando um dinâmismo que interage bem com a banda. "Obssession" é a mais rock e tem a bateria segura de Bozoh coesa assim como nas outras faixas e tendo seu destaque como baterista sem apelar pra firulas, direto e eficiente. "Jazz me blues" é outra melancolica e vai crescendo e mais uma vez escancara a tristeza insinuante dos vocais de Raquel e se encerra forte,visce
ral deixando quem escuta indefeso.

"Quintessencial" tem uma melodia que lembra muito do melhor produzido nos anos 80 e 90, a sonoridade guitar band em destaque nessa faixa encerra o disco angustiado e raivoso do Violet. O único problema foi terem usado efeitos no vocal em todas as músicas que não encaixou bem em algumas, mas não foi um detalhe que tenha prejudicado o resultado final e me leva concluir que cada centavo foi bem gasto e que nem uma garrafa de Jack Daniel's conseguiria trazer a mesma satisfação a não ser que rolasse a soma do whiskey e de um show da banda, que por sinal tive a oportunidade de assistir outras performances e como som tava bacana pude constatar que não é so em estudio que a banda se destaca.

Baixe o EP e julgue você mesmo: http://www.4shared.com/file/8SbMYbLx/Violet_-_Violet_EP.html

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